segunda-feira, 14 de abril de 2014

Classe Média Caolha


Em terra de cego, quem tem um olho só é deficiente.


A rede de neurônios e ligações nervosas responsável pelo tato é maior que a rede responsável pela visão, dessa forma, a imagem formada por um cego de nascença é mais nítida (possui mais pontos) do que a imagem formada no cérebro de alguém que enxerga com os olhos.

Os excluídos não sabem o que poderiam ter, logo, seus demais sentidos são treinados a observar seu universo e encontrar o provimento de suas necessidades nos limitados recursos que lhes sobram.

O problema de alguém que enxergava com os olhos e perde a visão (parcial ou totalmente) é que ela não desenvolve seus demais sentidos, ficando dependente de algo que não tem.
Um caolho sabe o que é enxergar com os dois olhos, mas não sabe o que é enxergar com os demais 4 sentidos.

A classe média consegue enxergar o que não possui e quem não possui. No entanto, os cidadãos que se autodenominam pertencentes à “classe média” não desenvolveram os demais sentidos da vida para buscar o que lhes satisfaçam. Essa deficiência provoca uma busca incessante pelo que “enxergam” não possuírem – uma demanda ilusória.

Já para as pessoas preocupadas com o lado humano do homo sapiens, resta a seguinte pergunta: Como podemos ajudar o pior tipo de cego?

Nenhum comentário:

Postar um comentário