Em
terra de cego, quem tem um olho só é deficiente.
A
rede de neurônios e ligações nervosas responsável pelo tato é
maior que a rede responsável pela visão, dessa forma, a imagem
formada por um cego de nascença é mais nítida (possui mais pontos)
do que a imagem formada no cérebro de alguém que enxerga com os
olhos.
Os
excluídos não sabem o que poderiam ter, logo, seus demais sentidos
são treinados a observar seu universo e encontrar o provimento de
suas necessidades nos limitados recursos que lhes sobram.
O
problema de alguém que enxergava com os olhos e perde a visão
(parcial ou totalmente) é que ela não desenvolve seus demais
sentidos, ficando dependente de algo que não tem.
Um
caolho sabe o que é enxergar com os dois olhos, mas não sabe o que
é enxergar com os demais 4 sentidos.
A
classe média consegue enxergar o que não possui e quem não possui.
No entanto, os cidadãos que se autodenominam pertencentes à “classe
média” não desenvolveram os demais sentidos da vida para buscar o
que lhes satisfaçam. Essa deficiência provoca uma busca incessante
pelo que “enxergam” não possuírem – uma demanda ilusória.
Já
para as pessoas preocupadas com o lado humano do homo sapiens,
resta a seguinte pergunta: Como podemos ajudar o pior tipo de cego?
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