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Outra forma de se dizer que algo não lhe agrada seria, no sentido direto do termo, que você é contra aquilo. Este modo de pensar pode gerar divergências, que se transformam em debates, como por exemplo: contra a pena de morte (redução da maioridade); contra a violência; contra o sexo antes do casamento; contra homossexual; contra a religião X, contra a raça X e contra o aborto.
Dos exemplos acima – os quais podem facilmente serem complementados – o destaque vai para o contra o aborto. Trato este com maior importância, pois as consequências de realização ou não do ato são SIGNIFICATIVAS, inclusive para as demais posturas elencadas. Vamos deixar claro desde já que ninguém aqui é contra a VIDA. Mas e se a questão no debate é sobre decidir qual vida é mais viável?
No outro extremo da vida – pelo menos como exemplo brasileiro de falta de recursos para todos – temos um exemplo que lida exatamente com esta questão, ou seja, um médico que precisa decidir entre dois pacientes que precisam de cuidados intensivos, quando existe apenas um espaço vago. O médico fará uma avaliação técnica, baseada nas Ciências Médicas, para determinar qual paciente encontra-se com maior chance de sobrevida e irá decidir “salvá-lo”.
Agora, vamos fazer o mesmo raciocínio sobre o pensamento contra aborto. Um dos maiores defensores (pró-vida) neste debate é a igreja (cristã e outras religiões). Bom, o argumento é que não conseguimos determinar ao certo quando a vida começa, logo, executar o aborto é um homicídio. Pois bem, se a Ciência comprovasse que a VIDA inicia-se no momento da concepção, este argumento da igreja estaria fortemente suportado pelos fatores biológicos da questão.
Porém, o problema aqui não é biológico, pois a mulher, adolescente ou criança conseguiu engravidar. A vontade de cometer um aborto é motivada pura e simplesmente por fatores sociais. Esses fatores sociais podem ser (e são mesmo) diferentes do rico ao pobre, mas não deixam de ser sociais. Peço que você tente fazer o exercício de imaginar o que motivaria uma mulher, adolescente ou criança a interromper uma gravidez “indesejada” sendo ela rica ou pobre?
Posso estar falando sobre vários pontos que o leitor já ouviu, discutiu e outras coisas mais. Mas o proposito aqui é discutir qual o real problema que não é abordado.
Numa questão social (realizar ou não um aborto), um dos mais fortes argumentos é baseado na filosofia das Ciências Biológicas com relação à determinação do início da VIDA. Mas como este conhecimento ainda não está muito bem sedimentado, isto abre espaço para especulação. O problema não é a possibilidade de gerar dúvida e então criminalizar o ato do aborto, o PROBLEMA é uma instituição como a igreja (qualquer religião) usar um argumento biológico para uma questão social. A parte interessante deste problema é que a postura das religiões (igreja) já deixa claro qual a decisão pré-estabelecida, ou seja, a VIDA de um ser que ainda não viu a luz do sol é mais importante que a vida de uma mulher, adolescente ou criança que cometeu uma heresia.
Outra forma de se dizer que algo não lhe agrada seria, no sentido direto do termo, que você é contra aquilo. Este modo de pensar pode gerar divergências, que se transformam em debates, como por exemplo: contra a pena de morte (redução da maioridade); contra a violência; contra o sexo antes do casamento; contra homossexual; contra a religião X, contra a raça X e contra o aborto.
Dos exemplos acima – os quais podem facilmente serem complementados – o destaque vai para o contra o aborto. Trato este com maior importância, pois as consequências de realização ou não do ato são SIGNIFICATIVAS, inclusive para as demais posturas elencadas. Vamos deixar claro desde já que ninguém aqui é contra a VIDA. Mas e se a questão no debate é sobre decidir qual vida é mais viável?
No outro extremo da vida – pelo menos como exemplo brasileiro de falta de recursos para todos – temos um exemplo que lida exatamente com esta questão, ou seja, um médico que precisa decidir entre dois pacientes que precisam de cuidados intensivos, quando existe apenas um espaço vago. O médico fará uma avaliação técnica, baseada nas Ciências Médicas, para determinar qual paciente encontra-se com maior chance de sobrevida e irá decidir “salvá-lo”.
Agora, vamos fazer o mesmo raciocínio sobre o pensamento contra aborto. Um dos maiores defensores (pró-vida) neste debate é a igreja (cristã e outras religiões). Bom, o argumento é que não conseguimos determinar ao certo quando a vida começa, logo, executar o aborto é um homicídio. Pois bem, se a Ciência comprovasse que a VIDA inicia-se no momento da concepção, este argumento da igreja estaria fortemente suportado pelos fatores biológicos da questão.
Porém, o problema aqui não é biológico, pois a mulher, adolescente ou criança conseguiu engravidar. A vontade de cometer um aborto é motivada pura e simplesmente por fatores sociais. Esses fatores sociais podem ser (e são mesmo) diferentes do rico ao pobre, mas não deixam de ser sociais. Peço que você tente fazer o exercício de imaginar o que motivaria uma mulher, adolescente ou criança a interromper uma gravidez “indesejada” sendo ela rica ou pobre?
Posso estar falando sobre vários pontos que o leitor já ouviu, discutiu e outras coisas mais. Mas o proposito aqui é discutir qual o real problema que não é abordado.
Numa questão social (realizar ou não um aborto), um dos mais fortes argumentos é baseado na filosofia das Ciências Biológicas com relação à determinação do início da VIDA. Mas como este conhecimento ainda não está muito bem sedimentado, isto abre espaço para especulação. O problema não é a possibilidade de gerar dúvida e então criminalizar o ato do aborto, o PROBLEMA é uma instituição como a igreja (qualquer religião) usar um argumento biológico para uma questão social. A parte interessante deste problema é que a postura das religiões (igreja) já deixa claro qual a decisão pré-estabelecida, ou seja, a VIDA de um ser que ainda não viu a luz do sol é mais importante que a vida de uma mulher, adolescente ou criança que cometeu uma heresia.
O leitor pode perguntar: - Qual a relação da igreja com o médico? Resposta: Eles estão com os papeis trocados e realizando seleção não natural.
Texto em homenagem a todos os professores, que assim como Rubem Alves, lutam pela educação do nosso país.
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